lunes, 16 de agosto de 2010

Participar do Prêmio Estadão vale a pena para quem pode

Me lembro na faculdade de Jornalismo que cursei do meu querido amigo Ricardo dos Santos, um cara batalhador que precisava terminar o TCC dele. O trabalho era um livro-reportagem sobre São José dos Campos e sua primeira rádio. Contudo, deu pau no PC dele, que morreu ligo no começo da pesquisa, e Ricardo não tinha condição alguma de comprar outro. Quase desanimou.

Mas o cara era um batalhador nato e buscou rapidinho uma saída: vencer o Prêmio Estadão de Jornalismo, que dava, naquela edição, um PC novinho. "Com esse computador eu termino meu livro", dizia animado aos amigos o esforçado estudante. E nós, amigos verdadeiros, torcíamos por ele.

Ricardo sempre foi um cara esforçado. Filho de um pedreiro, começou a faculdade (particular) trabalhando durante o dia como ajudante de servente. Com o tempo arrumou um emprego na própria universidade, como segurança de portaria. Trabalhava o dia todo vestido num terno barato e à noite ia pra sala de aula sem o paletó e a gravata, mas com um suor que exalava de longe. Terno é foda. Dos vagabundos, então, muito pior.

Chegou o prêmio e Ricardo conseguiu um atestado de doença. Foi pra São Paulo e, esforçado como sempre, assistiu a todas as palestras. De volta pra sala de aula pediu socorro pro Julio Ottoboni, um ex repórter da Veja e do próprio Estadão. Ralou, ralou e ralou enquanto trabalhava como segurança durante o dia. Mas foi recompensado: ganhou o computador, terminou o TCC com nota 10 e conseguiu emprego que trabalha até hoje. Ricardo dos Santos, ex pedreiro, ex segurança de faculdade, é, hoje, gerente da assessoria de imprensa da Embraer.

Espero que essa história sirva de incentivo aos jovens estudantes de hoje. Na minha época tudo parecia mais complicado, e era. Contudo, quando queremos conseguimos soluções. O Ricardo é um exemplo de vontade e solução.

Escrito e postado a partir de meu iPhone, enquanto minha filhinha mamava.